terça-feira, 5 de maio de 2009


Lobo da estepe

Os opostos se atraem, mas não se completam.

Outro dia me joguei de dentro de meu corpo, No lado esquerdo de fora, vi como não regulo os canais do espelho.
Da extremidade assimétrica se vê o oposto que na dobra não se corresponde com a parte que me cabe
Em desdobramento distanciei-me a ponto de tornar-me miragem de mim mesmo
Caduco distante do outro do que sou puxei ancora, puxei cordas, arrastei corrente, belisquei-me porem ouvi o grito de minha voz reverberando na boca de baixo espelhada do vallet.
Percebi que o meu mal afeta em ondas concêntricas as margens opostas
Então não podia ver precipício, que me atirava frouxo.
Testava o limite do EU lá fora
Em uma morna satisfação me gloriava de ter extirpado o lobo que me sugava o leite quando fui dobrado ao meio pela metade esquerda que julgava morta
Mordia o anelar me doía o indicador, martelava o joelho sentia fortes dores na cabeça, arranhava o peito apareciam vergões nas costas.
Eu vodu de mim mesmo
Percebi o equivoco, e com leves caricias acalmei meu lobo, que jorrou de fora pra dentro
Percebendo a carapuça ele arrojou contra o peito forte fuga, caímos juntos sentindo a mesma dor cheia de conformidade e incompletude.