terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011




Despedisse-deixar de pedir, (ame-a e deixe-a)

Lavar de cheiro as escadarias para fim de procissão
Esmerar meu luto, cobrindo espelhos para não refletirem a sofreguidão na face, atear fogo nas lembranças e mijar cevada diante de confidencias de ódio-amor
Em batalha moral riscar quadrantes de possibilidades
Arrastar corrente até descobrir o limite extremo da parábola
No ápice sentir a gravidade da visão mais leve
Mas por momento conservo cinzas e torpor, cabe enjambrado a extensão do nada dentro da evidencia imensa do tudo
Nego o refúgio lógico, para bramir no árido descampado saudades de terras mais frutíferas, atiro-me como Nabucodonosor irracional sobre os gadarenos campos
Dou sinais de que ainda existo aqui fora querendo me entronizar a força, dando socos e ganchos em ponta de faca, que em sua lamina não faz sangrar, mas cala cada golpe no silencio cego do frio corte, a cada deferido gesto de aparição um repelente vácuo
Do outro lado do muro talvez não haja um quintal avarandado, sem lagrimas recebo despedidas ao menor sinal de transposição, cala-se até o cotovelo, que deveria doer a língua de fartar no grito salobro de lagrimas
Proponho mil rendições, levado cativo chego a me por, no entanto minha serventia parece nula
Capricho no égo para não acetar condições que de frágil se desmonta em saudade
Capricho na saudade que de forte desmonta convicções
Humilhado e abatido ergo meus trapos e me ponho em espera na porta de saída mendigando um aceno pela estreita fresta que ainda me conecta
Carrego em mim tuas dores lhe fazendo um favor, em ultimo gesto de afeto

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011


Da sanidade cultivo os pulsos férteis e santificados, sem peste covarde a debulhar a lavoura viva

Espero resistir os próximos corvos, pois da frequência tiro conclusões em meu roto traje de espantalho

Me reservo para evitar o próximo plantio.

Que venham os próximos amores e chegados sejam breves, temporais pois do desgaste transitório aprendo que nada deve ser fixo, tudo deve seguir seu fluxo e constrange os que querem apreendê-lo

onde deitou-se amor pode instalar diferenças e dessa pouca constância concluo que o amor em sua hipérbole é vago e contraditório exige muito asseio e atenção, não dura sem uma vigília constante não sobrevive a caráteres dispersos

Até a saudade que rasga a alma e faz rede dentro da memória veraneando sem pressa alguma de ir embora só está de passagem mesmo marcando ela se contamina pela engrenagem dos dias

Na virada do ano e na virtualidade dos amores que se foram, fica esse incomodo espectro do que se quer e não mais esta, acabamos idealizando na tentativa vã de conter os grãos matérias que escorrem pela ampulheta

sábado, 12 de fevereiro de 2011


Mansos olhares sem urgência

salsugem mornal sobre a pele a salgar, curtindo e pigmentando a beleza pacifica

horizontes despidos

olhos seduzidos aplaudem a certeza que a memória reteve cada por de sol

da audição musical ficou ecos embalados com zelo de retenção

a urgência voa

o trabalho fica em segundo plano

a saudade se esvazia

sol visto de pálpebras cerradas, finíssima membrana quente, vida que jorra contornos avermelhados no verão carioca

oraculo carioca de Delfos com suas ninfas e pitonisas anuncia um Apollo solar, que descortina as consciências arejando de luz a mente na brisa marítima

a vida se refaz espontaneamente generosa

o sorriso pousa no rosto satisfeito do existir

o semblante acalma na tribo nascente nestes dias fluorecentes

colore tudo de simplicidade

o corpo lançado cortando o mar, lavando a alma com unguento batismal selando a estação

a sintonia é imediata otimizada no trato fino

camaradas se aproximam com franqueza na palma do comprimento, comentando a vastidão de mulheres que o segundo olhar se retem para na próxima bela festejar o divino feminino, de beleza em beleza vou catalogando joias agradáveis

parte a parte o dia se faz DEUS fundindo homens, natureza e urbanidade em um sonoro aplauso de gratidão solar!






Romã


bem temperada ela caminha sobre a cidade

com o olhar mais evidente da estação emoldurados eles deslisam calmos e acolhedores

não faz distinção, arruma espaço para todos os que estendem saudações

carrega plumas nos pensamentos

parece ter ideias nuvens

como noiva de chagall flutuando aos céus

transfigura palavras em gestos

que adquirem compreensão clara

limpa de extravagancias jorra luz translucida pela armação dos óculos

eu observador em mirações deixo-me rastro contemplativo

fico parado ao lado do querer esperando o giro completo da vista

no nome o selo do exotic

na postura, ave de plumagem simples de cores transparentes ecolineas

meu vitral de verão, claraboia matizada que filtra com sua aparência meus dias mornos

te ver arrastando sandálias lentas pela cidade me acalma

a voz foi pouca e fatalmente total

você causa efeito!

Me lança melhor no mundo

inspira no sincopado do sorriso