sábado, 2 de abril de 2011


Buzio de carne


Abre-se senzala e de lá não vem hálito de dor antropológico

Mas um bafô morno de entidade carnal Etíope

Um buzio de carne untado de pornografia secreta vicio e sio

O mobiliário treme com medo das gotas de suor a fosquear seus lustres
A cadeira concentra força nas pernas

Uma savana ao som de tamborins grita seus ecos ancestrais pelos cômodos

Onomatopeias distribuem diálogos ajustados, verdadeira conversa ancestralizante, no
portal da raça meu sexo encontra afro-sambas pelo tato

Uma pantera negra uiva úmida e graciosa sobre a pia do banheiro, serpenteando escorre pelo chão atiçando fogo na cama com a ponta da língua

Agarro esse quadril venenoso domando a forma na forja em brasa

Belo traço rustico de curvas se entrecruza, formando um labirinto sinuoso de ornamento tribal com linhas continuas

Atravesso a intimidação rumo ao domínio dos extremos com brutal força

No comum ou na leveza dos detalhes, instigo terremotos sobre a textura negra de brilho untuoso

crivo carne em carne! Sou senhoril!

Exijo tudo que me é de direito, aplico açoites deliciosos sobre essa genética erótica tribalística

O avesso da carne e vigoroso de um vermelho contrastante, olho de erva vivo oculto desvendado na palma da linga

Banzo nunca mais! você grita em meio a chuva de tapas, castigo de tesão e satisfação fardo leve

Sem coração melodramático só atrito de desejo, um relar de compassos batucando hipinótico entre giras e gritos, o animal humaniza-se na ternura do olhar

Entre o estar e não está das coisas cria-se um misto de prologo e entreatos testifica a natural invenção
baque solto e fino, um vai não vai cria a atmosfera de dou não dou, criando uma ansiedade exitante deixando um acumulo de querer que em uma enxurrada deságua em cachoeira pelo meio de suas pernas

Epiderme ébano que se faz áspera ao arrepiar
De tão em brasa, ateia fogo com um simples riscar de linga na palma da mão

Dedos mínimos digitam códigos que abrem recamaras nunca antes visitadas, templo profanado, deusas saciadas e sacerdote levitando

Buceta explicita! Boca sem pudor de meu pau, chupa todo néctar descendo pela língua caindo no rosto temporal de seiva cai do meu céu sobre terra fértil

uma conexão zulu. Tribo de dois, ritualística dançante que coreografa as ancas largas de zebra, alargando cada cabaça para armazenar rios

Mexe tanto que viro espirito eterno e ereto, dentro e fora da conjuntura incho redobrando o tamanho , você infla apertando o que em mim é firme, que alveja ângulos descobertos, visões nossas que nunca tínhamos visto

Já sinto cheiro de terra regada odores ocres de uma sensação material o ferormônio vai se dissipando entre o vegetal e o animal

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