





Da sanidade cultivo os pulsos férteis e santificados, sem peste covarde a debulhar a lavoura viva
Espero resistir os próximos corvos, pois da frequência tiro conclusões em meu roto traje de espantalho
Me reservo para evitar o próximo plantio.
Que venham os próximos amores e chegados sejam breves, temporais pois do desgaste transitório aprendo que nada deve ser fixo, tudo deve seguir seu fluxo e constrange os que querem apreendê-lo
onde deitou-se amor pode instalar diferenças e dessa pouca constância concluo que o amor em sua hipérbole é vago e contraditório exige muito asseio e atenção, não dura sem uma vigília constante não sobrevive a caráteres dispersos
Até a saudade que rasga a alma e faz rede dentro da memória veraneando sem pressa alguma de ir embora só está de passagem mesmo marcando ela se contamina pela engrenagem dos dias
Na virada do ano e na virtualidade dos amores que se foram, fica esse incomodo espectro do que se quer e não mais esta, acabamos idealizando na tentativa vã de conter os grãos matérias que escorrem pela ampulheta
Mansos olhares sem urgência
salsugem mornal sobre a pele a salgar, curtindo e pigmentando a beleza pacifica
horizontes despidos
olhos seduzidos aplaudem a certeza que a memória reteve cada por de sol
da audição musical ficou ecos embalados com zelo de retenção
a urgência voa
o trabalho fica em segundo plano
a saudade se esvazia
sol visto de pálpebras cerradas, finíssima membrana quente, vida que jorra contornos avermelhados no verão carioca
oraculo carioca de Delfos com suas ninfas e pitonisas anuncia um Apollo solar, que descortina as consciências arejando de luz a mente na brisa marítima
a vida se refaz espontaneamente generosa
o sorriso pousa no rosto satisfeito do existir
o semblante acalma na tribo nascente nestes dias fluorecentes
colore tudo de simplicidade
o corpo lançado cortando o mar, lavando a alma com unguento batismal selando a estação
a sintonia é imediata otimizada no trato fino
camaradas se aproximam com franqueza na palma do comprimento, comentando a vastidão de mulheres que o segundo olhar se retem para na próxima bela festejar o divino feminino, de beleza em beleza vou catalogando joias agradáveis
parte a parte o dia se faz DEUS fundindo homens, natureza e urbanidade em um sonoro aplauso de gratidão solar!
Romã
bem temperada ela caminha sobre a cidade
com o olhar mais evidente da estação emoldurados eles deslisam calmos e acolhedores
não faz distinção, arruma espaço para todos os que estendem saudações
carrega plumas nos pensamentos
parece ter ideias nuvens
como noiva de chagall flutuando aos céus
transfigura palavras em gestos
que adquirem compreensão clara
limpa de extravagancias jorra luz translucida pela armação dos óculos
eu observador em mirações deixo-me rastro contemplativo
fico parado ao lado do querer esperando o giro completo da vista
no nome o selo do exotic
na postura, ave de plumagem simples de cores transparentes ecolineas
meu vitral de verão, claraboia matizada que filtra com sua aparência meus dias mornos
te ver arrastando sandálias lentas pela cidade me acalma
a voz foi pouca e fatalmente total
você causa efeito!
Me lança melhor no mundo
inspira no sincopado do sorriso