terça-feira, 27 de julho de 2010


E só puxar um fio e correr pelo quintal enrolando-o a todos os ciprestes

Basta um pouco de fermento para que sonhos se fomentem afofados assumindo sua textura de gravidade nuvem

Com o fio do pensar solto se vai levemente desfiando a realidade para tecer outra real-idade; um verdadeiro e pomposo rei de realeza acastelada nos bigodes de pinça de Dali com a maça de Magritti , sentinela zeloso dos olhos, ocultando seu verme nas entranhas, expondo sua casca de desejo cítrico verdejante na fase real, mas ingênua e primal como rupestre naif Miro-bolante

Mas quando se abre o alpendre dos sonhos pomo-nos a alimentar pássaros arquitetos de uma cidade aninhada com os céus frutificada com loteamentos de arvores de copas transbordantes de vida e ciências do bem e mal

Empinando pipas com o fio do tear só para vestir nuvens de um colorido geométrico na tentativa de dar indumentária ordenada, rígida, as instáveis e voluptuosas musas do elemento ar, fazendo brizar malicia nas covinhas do rosto alargado pelo espreguiçar do sorriso morno e magnânimo de complacente afetividade, um cosmo orgástico nas mucosas genitais acopladas no púbis da fêmea, esses colos de Vênus que embalam tanto bacanais regidos por Dionísio em ébrio festim ha. descansos silenciosamente maternais virginal cripta que nos santifica Aureliando-nos dos pés passando pelo pênis e pensamento

Muitos fios deitam cama para enredar desejos subcutâneos, submersos no mar das emergências cotidianas eles ficam como tesouros de naufrágio, esquecidos, mais latentes a espera do retorno de Atlântida, a luz da redenção, deixando os sonhos triunfarem ao som de clarins

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