segunda-feira, 6 de abril de 2009


E tu te alimentaras do pó da terra

Tive vontade de inflamar como Deus Sodoma
Cheguei até a entendê-lo
-Pois sendo Deus não a manchas em suas vestes
No entanto eu tenho que me tornar tocha incandescente
Vagando por entre estatuas de sal
Essa inclinação de cobiça
Onde me ponho tolo e infantil
Mastigando com os olhos carne crua
Sem nenhuma referencia a não ser meu próprio sexo
Hoje fui espectador do que sou na central do Brasil

CENTRO DA TERRA BRASILEIRA

Prostitutas horrendas como as de tolouse-lautrec,
Travestis cômicos, viciados de olhos esbugalhados,
Mendigos borrados de asfaltos, irritada fome na barriga da
grávida
cede na garrafa dos meninos, nos ouvidos cola um ensurdecedor som polifônico
Resto de comida nos dentes, exaltos olhares carregados.
Escravidão de cabeça pesada seres vencidos, figurantes de caras obscuras.
Morte entre os labirintos dos barracos
Começo e meio de sobrevivência que finda no trago, golada, cuspida
Esteios, pinos de um tabuleiro com rei e rainha.
Cavalos montados por orixás protegem as torres
O povo meros peões que engolem fome e franqueza para se lançarem no imediato urbano para o, mas visível consumo que é o próprio corpo seja o de si próprio ou do seu pedaço componente da massa, sem feição rumo à ruína.

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