quinta-feira, 16 de abril de 2009


Pequerrucha

Nem sempre a solidão contrapõe-se a alegria às vezes se alia as reflexões, ai sim da tranqüilidade otimizada surge uma paz comedida que aveluda os cantos aparando arestas, diluindo por todas as direções líquidos refrescantes, polindo as escamas deixando reluzir as idéias afloradas no cerne das colinas em ecos melódicos aproximados do som que existente em conchas marinhas.
Trinado de pássaro conduz os livres dos ferrolhos a uma habitação infanto-juvenil de lendas-arte fantásticas recordada na memória por cirandas e modinhas de tenros anos puberdicos
Novas bossas de velhos cantores renovam o cool de cada dia,... E do violão surge clamor para que uma voz acompanhe os papa-fumos caipiras fundindo o interior com a maresia jazistica
Nuvens descarrilam entrecruzando os laços de noite a se manifestar, do vento o ar de Vênus brisa sobre os olhos umedecendo os cantos fazendo dos cílios irrigados fios de reflexo prata.
Magnífico como as nuvens aqui passam por buracos de agulhas criando vagarosas e finas serpentinas brancas esticadas como linha de pipa para festejar o silencioso vento
As embarcações transportam calma por toda lagoa de esguelhas atinjo a beleza da menina e dou mais um gole nas frases da revista e leio o rotulo da cerveja embalando copos em canções miúdas
Com plana superfície a laguna clama por Narciso que se despede do reflexo com os timbugar das nadadeiras refrescando o crânio nas macias Ondinas
Da areia o olhar me espera sem se mover de seu ponto de vista, aguardando a retomada do meu corpo.
Em meu contorno o corpo entornado na areia pede um beijo que lançado com al mar dos desejos alivia os traumas de pescaria em tardes nubladas
Os deques aspiram um dia chegar a ser ponte entre esse lado e o horizonte só que na calma distraem os pés pendulares como manga em suas bordas
Pinga uma gota tímida e ávida de pele que descobre calor tropicano maior do que se pode resfriar, mais no desgelo dos árticos hemisférios tenho gratidões a dar a laço de fita na cintura da colorida mulher dos afros sambas de Bem-jor que arrodiada de areia branca sem Abaeté de lagoa escura e com verdes olhos de leoa me apascenta de grão em grão como uma Chica caracolando os desejos na ponta do pires.
Na casa a família contem honras matinais como a que o sono merece ao ser acordado, um afago no rosto da criloura, maxixes e lundus de bom dia nos ouvidos uma vistoria completa no corpo atesta que o sonho ainda esta nas pálpebras, afastando a concha de ninho que forjei durante a noite, afasto o hálito no pequeno espaço de separação entre o seio e a boca, parabenizo um a um todos os envolvidos, arranho o lençol com um espreguiçar felino e caio sobre os pés para continuar calmo.

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