domingo, 5 de abril de 2009

a noite crio um arco curvado



A noite criou um arco curvando
Dobrando a madrugada espiando bêbados insaciáveis em estado de saideira
Da voz quebrada saem palavras epiléticas compreendidas de imediato por ouvidos cegos de sentidos
O rodapé tese um epílogo gordo de verborréia
A temperatura da cerveja sobe em seu copo
Do silêncio levanta-se o texto dando continuidade a voz quebrada
Aproximam-se os narcotizantes para empalidecer o papo do assunto com a cotação tóxica da ultima safra
De vagar a ociosidade mente al dirigir-se aos possuído de verbo dizendo: eu tu e eles falamos das mesmas coisas de forma diferente
De um salto o mono pseudo-entelecto desliga o celular e afasta o copo tira um autor nunca lido e acende-o fixando o cinzeiro, com um ar pedante catequizador mira o pobre texto com hóstias de salvação.
O banheiro é cofisionario onde uns dialogam com a naftalina outros procuram formas na parede e eu, fuga de enfadonhos monólogos.
A narrativa volta esbarra no garçom ergue uma exclamação! Afina os ouvidos e percebe o sonho cocho na voz do cantor, entre um trago e um gole ele mira as nucas em círculos ao redor das mesas que giram palavra de ouvido em ouvido ate desfazer a matriz do assunto inicial, com uma ciranda os clichês são mantras repetidos ate a exaustão.
No canto, um lamuriante quebra um copo todos o olham e voltam a circular os folhetins, ele por sua vês pede outro copo e unta a borda de lagrima e cai dentro de si pesado o poeta da direita observa o nome da amada sendo espalhado pelos rosto do desiludido
Os poetas entram em órbita no intervalo das canções, cada qual com sua raça de narciso, disputam cada rima como profetas anunciando a eminente catástrofe melodramática.
O parágrafo enfadado de tanta descontinuidade abstrai a contemplação enfileirando letras mas brandas com um ar antropológico.
Há alguns sectários que mantem um sorriso extravagantes, após cada rodada de dialogo vem um turbilhão da gargalhadas respondidas por outro grupo em uma canastrona gincana, disputam a maior atitude do dia num circulo restrito onde a segregação impede quaisquer investida de um desconstrutor de aparência que descubra suas infelicidades.
A fêmea sensível senta se com um olhar klimitano com óculos e cachecol, sabe de cinema, mas que de menstruação, sua sexualidade é abrangente ama tanto meninas como meninos, com frases de efeito busca holofotes e platéia, mas sua ultima peça e comentada nos jardins de infância e vive em um constante ensaiar com sua companhia, o texto se aproxima dela que de pronto tenta decora-lo dizendo-se a alma bretiniana e capaz de ganhar o protagonismo do capitulo, o texto deixa-se por minutos encantar pela beleza da mambembe porem levanta-se e diplomaticamente ergue aplausos e brindes e ela se Poe a reverenciar o seu hipotético público com patético sorriso botoxiniano, satisfeita encerra as cortinas e some na cochia aparecendo do outro lado encostada no balcão cercada por machos sensíveis.
Bate no meu ombro um antigo amigo, desses efusivos decretando a falência do sistema burguês, membro do partido operário milita com uma angustia tremenda, depondo a favor das classes menos favorecidas, só que al simples gole de rum desaba em um divam contando-me das suas agruras psicológicas, mantendo acesa a dor do tortuoso caminho pisc-social de excluído.
A traz de um parnasiano, um simples artista sufocado corre estropiado suplicando uma linha de um vocabulário usual.
Engrossando o coro dos contentes e envergando a silaba, as dózes se misturam al pensamento, e dos passos tiram-se uma métrica de crioulo doido.
As mulheres sensuais mantem uma muralha ante reflexão al simples abrir de pagina, o texto vetado é engolido pela rejeição, funâmbulo orienta vírgulas para fôlego da leitura.
Um construtor de pontes faz parecer simples edificar uma sedusão baseada no gestual, sem bainha ele demonstra em dois círculos de segundo um anzol com fêmeas rebolantes garfadas.
Um discípulo submisso nasce diante do construtor de ponte que de lóbi em lóbi transforma o texto em um Nelson Rodrigues depravado desprovido de métricas e subjetividade cheio de espírito incisivo cortante como navalha na carne
De lotação em lotação um telefone aguarda à hora de seduzir damas mal amadas

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