domingo, 5 de abril de 2009



A nostálgica alegria invadindo as tardes de Otacílio

Na manhã severa em suas regras acordava com noite transbordando vontade de existir mais um pouco
O pingado do leite no café era silencioso, respeitando o sono da noite trabalhada que trouxe o pão.
O boné pendurado na parede ornamentava o toque de recolher
O almoço já tinha ocupado a manhã se misturando al mau hálito e as badaladas da radio relógio com sua enciclopédica doze de curiosidades, ali Brasília nascia em meio à velocidade que podia atingir uma tartaruga, mais com um zelo tupinambá amarrava os quichutes ou seriam Quixotices de um pixote, com mestria terminava a cama de gato nos pés e desprezava a conga que não durava no racha no recreio.
Enquanto evitava os roncos do Otacílio equilibrava distraidamente a mochila no corpo e o corpo sobre o meio fio
Durante o hino da bandeira oscilava a fila serpenteando o corpo para fora do conjunto, no termino do hino nacional já tinha dado fim a toda civilidade bagunçando o pátio e o penteado forjado e forçado nas mãos da zila.
(...)
Voltando do Aurelina Dias Cavalcante jogava o nó da obrigação no sofá e caia nos coloridos desenhos da lousa televisiva, de um ronco a um resmungo decretado, esta a postura a procurar comida e rua, no entanto o barulho do quarto quebrou o silêncio de forma esquisita, chiou a vitrola e uma marcha rancho resvalando por toda vila com uma catártica ruralidade idílica nas vozes de rio negro e sô limões.
Entreabro a porta e vejo um senhor sentado na beira da cama nulo de vida fora das recordações com um sorriso contido pela formalidade do bigode, e um brilho lacrimado oleoso nos olhos opacos, choco de espera longa por ser vertido, mais na lavagem os olhos iluminaram o vital do rosto trazendo da inerte postura uma caricata tamborilada de dedos sobre a cômoda.
Fechei a porta bem lentamente e,... Comida e rua!

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